Páginas

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

As Relações Familiares e a Formação do Sujeito Emocional

A família tem influência direta no comportamento social da criança e esta, não se alterou apenas em seus papéis sociais, como na identidade e respostas. Vivemos na e para a sociedade e tudo que acontece referente nela ou a ela, nos afeta de forma direta e muitas vezes a se família expõe, exibem conflitos e com isso, assumem uma falta de respeito com relação a si próprias.
Ao se sentirem “violentadas” ou “agredidas” pelo comportamento de suas próprias famílias, as crianças apresentam sintomas de ansiedade, dificuldades de concentração, de atenção, comportamento agressivo, hiperativo, tristeza, baixa auto-estima, apatia medo, falta de socialização, culpa, sentimentos depressivos. As emoções e sentimentos diante de uma insegurança com relação à família, geram falta de vínculos afetivos positivos e segurança, carência e tudo isso reflete na vida social e acadêmica da criança, influenciando de forma direta no seu modo de viver a vida, nas experiências, relações sociais.
Uma criança agressiva, pode estar sendo submetida a uma atitude repressora dos pais, sem perceber a agressão que estão cometendo. Dessa forma, a criança apenas reproduz o comportamento aprendido em casa, na família.
Os conflitos entre pais e filhos podem ser de natureza material ou moral. As crianças não nascem sabendo fazer negociações, trocas do tipo: “se você fizer isso, eu te dou isso”. O comportamento ou atitude é preciso fazer sentido para a criança para que ela entenda e pratique. É preciso traçar estratégias conscientes para os pais alcançarem os objetivos desejados de seus filhos.
Já, se os conflitos forem de natureza moral e cultural tem a ver com a vida social do sujeito, contemplando a criança a agir sob comportamentos certos ou errados ditados por esses grupos. É a necessidade de ser aceito, querido, pertencente a um grupo. No entanto, independente do conflito, a família sempre deve estar atenta e disposta ao diálogo, pois precisa resgatar valores que podem ter sido destruídos e esses conflitos afetarão de forma direta as atividades da escola, quando o aluno falta com respeito ao professor, com falta de compromisso na escola, surgindo as agressões físicas, morais e psicológicas.
Podemos ainda, falar da autoestima. Ela nasce com o indivíduo, mas pode ser aprimorado ao longo do tempo e da vida, pois nos preparamos para não sermos agredidos, hostilizados e desvalorizados. Para termos uma boa autoestima é preciso darmos atenção aos sentimentos, ao afeto e a família tem papel fundamental nesse processo. Numa relação de afeto, o amor precisa estar presente. Se a família for equilibrada, manifestar amorosidade, com laços de amizade, diálogos , a autoestima torna-se mais fácil de ser desenvolvida e preservada. Já se a família realizar uma proteção exagerada (superproteção),  teremos afetos conflituosos, mantendo a relação de que um manda e  outro obedece, dessa forma, acaba trazendo um prejuízo para a autoestima.
Os sentimentos nem sempre são objetivos, pois “sentir” é condição única do ser humano. Cada um sente de uma maneira e expressa seu sentimento de uma forma. O importante é entender que a autoestima tem relação direta com as relações familiares e com os sentimentos envolvidos entre a família, sociedade e o mundo. Já a escola, é o local onde se amplia as relações, mas a escola é um local “estranho” para a criança e neste local, deve-se também, focar a autoestima da criança.
Tem uma hitória da qual gosto muito e que mostra como pode ser trabalhada a auto-estima de uma criança na escola, tornando-a mais segura, confiante:

O Ponto
A aula de arte já tinha terminado, mas Vashti continuava grudada na carteira.
O papel dela estava em branco. A Professora de Vashti examinou o papel em branco: “ Ah! Um urso polar numa tempestade de neve”, ela disse. “ Muito engraçado!” disse Vashti.  “Acontece que eu não sei desenhar!”. A Professora sorriu: “ Faça uma marca e veja no que dá”.
Vashti agarrou a caneta e deu uma estocada firme e forte no papel. “ Pronto!”.
A Professora pegou o papel e o observou de perto. “ Hummmm”. Empurrou o papel para Vashti e disse , calmamente: “ Agora assine”. Vashti pensou um pouco. “ Bem, pode ser que eu não saiba desenhar, mas sei assinar meu nome”.
A semana seguinte, quando Vashti entrou na sala de arte, ficou surpresa ao ver o que estava pendurado sobre a mesa da professora. Era o pontinho. A professora tinha pendurado o PONTO DELA!. E com uma moldura de arabescos dourados.
“Hummmmm! Eu sei fazer um ponto melhor do eu esse!” Ela abriu o estojo de aquarela, que ainda não tinha usado, e foi ao trabalho. Vashti pintou e pintou. Um ponto amarelo, outro verde,  um ponto vermelho, um ponto azul. Misturou azul com vermelho. Descobriu que podia fazer um ponto roxo. Vashti continuou experimentando. Fez um monte de pontinhos de várias cores. “ Se consigo fazer pontos pequenos, também consigo fazer pontos GRANDES”. Vashti começou a espalhar suas tiras com um pincel maior, num papel maior, para fazer pontos maiores. Vashti até fez um ponto deixando o ponto sem pintar.
Algumas semanas depois, na exposição de arte da escola, os pontos de Vashti fizeram sucesso. Vashti notou que um menino olhava para ela. “ Você é mesmo uma grande artista. Eu gostaria de saber pintar”, ele disse. “ Aposto que sabe”, disse Vashti. “ Eu? Não, eu não. Não consigo nem traçar uma reta com régua”
Vashti sorriu. Ela deu ao menino um papel em branco: “Quero ver!”. Com o lápis tremendo, o menino desenhou uma linha.
Vashti olhou o rabisco do menino. Então ela disse...
“ Por favor... assine.”

Peter H. Reynolds.

Somente dessa forma é que uma criança poderá crescer com segurança, autoestima e poderá manter relações saudáveis com a família, as relações sociais, na escola e no mundo. Sentir-se amada é o primeiro passo para atingir essa segurança e estima elevada.

Imagem: Google

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá! Seu comentário é muito importante! Assim que possível, responderei! Obrigada!